Perfeccionismo e autoestima comprometida são traços típicos da personalidade de quem acredita que não é tão bom como chefes e colegas o consideram.
O sujeito é um profissional bem-sucedido e ocupa um cargo importante, mas não se considera merecedor do sucesso que alcançou. Acredita na sorte, na ajuda divina, em tudo, menos na sua competência. Pior: vive com medo de que colegas e superiores descubram que é uma fraude no trabalho.
Essa sensação caracteriza a Síndrome do Impostor, um fenômeno que atinge, em maior ou menor grau, sete em cada 10 profissionais bem-sucedidos em algum momento da carreira, segundo uma pesquisa feita pela psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos.
De acordo com Adriana Kauati, PhD em neurociências e pesquisadora da Síndrome do Impostor, os profissionais com maior tendência a desenvolver a síndrome são os perfeccionistas e críticos ao extremo. “É difícil saber o que vem primeiro, a síndrome ou os altos nível de exigência, pois um realimenta o outro”, explica. A ocorrência também pode estar associada aos fatores culturais e valores pessoais. As sociedades orientais, por exemplo, cultivam fortemente a modéstia, fazendo que muitos profissionais não se sintam bem com suas conquistas e persigam modelos de perfeição inalcançáveis.
Mesmo sendo visto como uma referência de sucesso e atingindo metas e resultados mensuráveis, o profissional se baseia em crenças, pensamentos e sentimentos de que é uma fraude, explica a coach Melissa Camargo Kotovski, diretora da Potencial Desenvolvimento Humano.
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